Banco da Amazônia

Tiro no Pé: SEEB PA/AP MANTÉM 10,25% COMO PERCENTUAL DE REAJUSTE

Diretoria do sindicato teve pressa em votar o percentual vergonhoso sugerido pela Contraf/CUT e sem discussão, aprovou em bloco proposta que atende muito mais aos interesses de banqueiros e governo em detrimento da categoria.

Pouco mais de 65 bancários compareceram à assembleia geral convocada às pressas pelo Sindicato, realizada na noite de segunda-feira (30), no ginásio de esportes da entidade para discutir a minuta geral da categoria sugerida pela 14ª Conferência Nacional dos Bancários realizada entre os dias 20 e 22 de julho, em Curitiba/PR.

Pouco representativa e muito mal dirigida pela direção do Sindicato, que pela péssima condução dos trabalhos, pouco garantiu o debate dos temas divergentes. Entre eles, a absurda proposta de reajuste salarial da Contraf/CUT de 10,25%, quando categorias importantes como a dos funcionários do Banpará já aprovaram em seus fóruns internos que vão pleitear 15% e a própria direção do Banco, de gestão tucana, já sinalizou com proposta, 13%.

– Faltou habilidade para a direção do Sindicato em construir a unidade da categoria, pois tanto nós da AEBA, quanto as companheiras da AFBEPA, não tínhamos divergências gerais com a minuta nacional, mas sim, em pontos específicos como o vergonhoso percentual de 10,25% da Contraf/CUT, que não atende as nossas necessidades e está bem distante do que nós do Banco da Amazônia colocaremos na mesa de negociação, disse Sílvio Kanner da AEBA.

No Banco da Amazônia, os funcionários realizarão congresso nacional no próximo final de semana e a diretoria da AEBA já definiu como percentual de reajuste em 15%, índice que mobiliza a categoria e faz justiça ao que de fato a categoria tem direito.

No desespero, sindicato força a barra e ofende a inteligência dos Bancários

Durante as intervenções de duas diretoras do SEEB PA/AP ficou claro o desconforto de parte da direção Sindical, que em Curitiba defendeu 15% como índice, mas fora derrotada pela maioria da Contraf/CUT e teve que se realinhar para não perder seus cargos na Confederação e Federação. Todas as intervenções afirmavam que o índice era ruim, mas que era preciso se submeter às decisões da Contraf/CUT. Com isso, a diretoria do SEEB PA/AP abriu mão de sua autonomia sindical para seus diretores assegurarem seus cargos na Contraf e na Fetec-CN.

Mas o que chamou atenção, particularmente, foi a forma descabida da defesa de duas diretoras do SEEBPA/AP. Uma da CEF e outra do Banpará que demonstraram todo o desespero da direção Sindical em defender o vergonhoso índice de 10,25% que a Contraf vai pedir à Fenaban.

A primeira intervenção foi da diretora que é funcionária da CEF. Ela afirmou que durante o governo FHC os gerentes foram muito beneficiados, se comparados aos demais funcionários, sendo assim ERA PRECISO QUE O REAJUSTE DOS FUNCIONÁRIOS FOSSE POUCO PARA DIMINUIRA DISPARIDADE COM OS GERENTES.

O desespero foi tão grande que essa diretora recorreu em questionar 10 séculos de lógica e recorreu a um argumento sem pé nem cabeça. A luta dos bancários não é contra os gerentes, mas contra os banqueiros. É preciso que haja uma recomposição geral dos salários, além do que, quem hoje é gerente, amanhã pode não ser mais. Mas esse argumento de que os trabalhadores devem ter índices baixos para que gerentes não tenham grandes reajustes, parece a mesma coisa que dizer que para não sujar mais os pés a melhor saída é amputá-los.

A outra intervenção da diretora, funcionária do Banpará, foi na mesma seqüência (i) lógica da primeira. Afirmou que como a PATRONAL do Banpará já provisionou para este ano reajuste de 13% para seus funcionários, o SEEBPA/AP enviaria a minuta pedindo 10,25%, mas que só aceitaria se fosse próximo dos 15%.

Ora, desde o início das negociações coletivas, que datam do início do movimento operário no Brasil, na década de 30 do século passado, e com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), na década de 40, nunca nenhum sindicato mandou um índice rebaixado para conseguir arrancar mais.

A diretora do SEEBPA/AP questionou 70 anos de história da CLT e do movimento sindical brasileiro, para justificar a patacoada da Contraf/CUT em propor à Fenabano índice de 10,25%.

É vergonhoso ver que a Contraf e o SEEBPA/AP pedem muito menos que os bancários precisam e se contentam com migalhas da Fenaban. E o pior, se comparar ao Banpará, pedem menos que o PATRÃO se propõe a dar.

O que a Contraf/CUT e SEEBPA/AP pedem aos banqueiros não é reajuste é esmola.

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