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Saúde: a difícil equação entre os resultados da CASF e as finanças dos participantes.

Recentemente a CASF divulgou seu balanço referente ao ano de 2020 e os resultados são realmente extraordinários.

Superávit de 21,08 milhões. O PL alcançou 16,80 milhões revertendo definitivamente o resultado negativo do passado. De fato deve-se atribuir o sucesso da CASF à sua Diretoria e ao seu corpo de profissionais que tem feito um excelente trabalho de recuperação da operadora.

Ainda que se considere que esses resultados se devem também à maior eficiência da operação, entendemos que sua principal variável explicativa é a elevação do preço dos planos, fato que num cenário de arrocho da política de assistência à saúde por parte do Governo e do Banco produziu efeitos colaterais bem concretos: aumento da despesa relativa com saúde para os ativos e aposentados que ainda estão na CASF; êxodo de uma grande parte dos participantes da CASF para outros planos (fazendo com que a CASF atingisse sua menor cobertura desde a fundação).

O êxodo, ou a saída em massa das CASF, produz, ainda, dois efeitos desdobrados: a precarização dos planos dos aposentados e ativos ou a expulsão definitiva do sistema de saúde suplementar. A primeira se deve à redução da qualidade dos planos que recebem os que saíram da CASF e a expulsão é autoexplicativa. E ambas são motivadas por falta de capacidade de pagamento.

Claro que num cenário em que a Diretoria do Banco “lavou as mãos” e que os instrumentos de pressão dos empregados (greves e manifestações), estão por diversas razões bloqueados, à Diretoria da CASF cabia apenas fazer o que fez.

A questão é: O que nos espera o futuro? Essa tendência de segregação entre os que podem pagar plano e os que não podem, vai persistir? E, entre os que podem pagar, até quando ainda poderão? No novo quadro de arrocho salarial desde 2016 e contínua elevação dos preços dos planos nos parece que a tendência é que isso se aprofunde e, que, a cada ano, mais um grupo de ativos e aposentados deixe a CASF por outro plano “mais barato” ou, simplesmente, fique à mercê do SUS.

Para a AEBA, a Diretoria do Banco deveria estudar essa questão, se quiser ser coerente com seu discurso e buscar encontrar formas, através do dialogo com a CASF e com as demais entidades, para reverter essas tendências de precarização da assistência à saúde. Quando a CASF alivia os participantes, enfrenta crise financeira, quando a CASF acelera nos valores e resolve sua crise, os participantes sofrem no bolso. Quando a participação do Banco era digna, era possível equilibrar essa difícil equação.

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