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Sobre sacrifícios, nós já conhecemos e fazemos.

O presidente do Banco da Amazônia, Sr. Valdecir Tose, enviou a todos os empregados uma mensagem intitulada “Com Ação e Coragem”. Nela, logo em seu início, o presidente nos incita a não esmorecer quanto ao “momento repleto de ansiedade e indefinições sobre o futuro”, para isso nos aconselha, usando o seu próprio exemplo, a buscar no livro sagrado da cultura judaico/cristã, mais precisamente no versículo de Jeremias 29:11, “Porque sou eu que conheço o plano para vocês, diz o Senhor, planos de prosperar e de não causar dano, plano de dar a vocês esperança e um futuro”.

Seguindo no seu texto, nos diz que “nestes últimos anos, enfrentamos muitos desafios (…) estamos avançando, projetos complexos saíram do papel…” Portanto, é bom lembrar, que esse enfrentamento não foi feito somente por uma pessoa, mas de um empenho não só físico como intelectual do conjunto de trabalhadores que se jogaram a isso.

Paradoxalmente a essa mensagem de esperança em um futuro melhor, o presidente nos fala de “um horizonte de muitas tempestades” e que, portanto, serão necessários sacrifícios. Aqui cabe ressaltar que já faz um bom tempo que o segundo nome de cada empregado do Banco é “sacrifício”, somos o único banco federal sem um plano de saúde patrocinado pela instituição empregadora. Isso significa que caminhamos para quase um terço de empregados sem plano de saúde. Uma boa parte dos empregados enfrentaram ou enfrentam o Coronavírus sem essa retaguarda. Somos o banco federal que oferece o plano de aposentadoria complementar mais problemático, que não consegue estabelecer uma remuneração justa para aqueles que se aposentam, com exceção dos que se negaram a aceitar todas as ofertas de perda de direitos que o banco ofereceu como “solução” para o “problema CAPAF”. Além do mais, os empregados pós 94 que, em boa parte, não possuem um plano de aposentadoria complementar porque, e isso é outro grande sacrifício de todos os empregados, somos o banco federal com o menor salário e há anos sem um Plano de Carreira e Salários digno. Mesmo assim, quando foi necessário, os trabalhadores correram para salvar o BASA. Portanto, respondendo a proposição quase suicida do historiador grego Tulcídides, citado pelo presidente, podemos dizer que os empregados do Banco sempre tiveram a visão clara do que estava diante deles, foram ao encontro do perigo e pouco encontraram a glória.

Nós da AEBA entendemos que existe uma crise econômica e uma pandemia que a agudiza, mas não podemos concordar que para enfrentá-las, a única saída seja a diminuição física ou redução da capilaridade do banco e nem o sacrifício financeiro dos mesmos de sempre. Em virtude de todos os sacrifícios já feitos, iremos resistir no que pudermos a mais outros. Já não bastam os sacrifícios que querem impor aos funcionários públicos e a carreira pública em geral, sem sacrificar, os que nestas carreiras sempre foram os privilegiados: os parlamentares, os juízes, o alto escalão dos governos. E isso também já conhecemos, como ter feito tanto sacrifício e ter que com luta, derrubar PLR especial para os gestores e ter que observar o “bote de salvação” do CAF para os de “cima” e ver sendo procrastinada a solução para os de “baixo”, etc.

Estamos abertos a colaborar com uma saída para a crise que nos ameaça, mas não aceitaremos, de novo, sermos a única oferenda no sacrifício.

Ficamos com o profeta Isaías:

7 Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e, se vires o nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante? 8 Então, romperá a tua luz como a alva, a tua cura brotará sem detença, a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do Senhor será a tua retaguarda; 9 então, clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás por socorro, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o dedo que ameaça, o falar injurioso; 10 se abrires a tua alma ao faminto e fartares a alma aflita, então, a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia.
(Isaías 58:7-10 https://www.bibliaonline.com.br/ara/is/58/6-12)

Se é para ter fé e esperança no futuro, que tenhamos na empatia, na partilha e na solidariedade, ou seja, na luta por fartar as almas aflitas e não descobrindo os que já estão nus.

Diretoria da AEBA
www.aeba.org.br

1 Comentário
  1. José Hadson Sousa Ramada 4 anos ago
    Reply

    Caros amigo da AEBA, porquê a corda tem que rebentar sempre do lado do maís? Porquê não valorizar esse lado mais fraco, se é ele a mola propulsora dessa tão valorizada Instituição? Não é justo nós pagarmos “o pato” e termos o direito de gozarmos também das glórias? Eu sou aposentado e estou à disposição da AEBA para a ação que se fizer necessária.
    Como sugestão, a nossa Instituição Banco da Amazônia está carecendo de tornar mais conhecido na praça, tornar-se mais popular e para isso é imprescindível investir em Marketing.
    Bom dia.
    Fique com Deus.

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