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Governo Dilma foi o que mais engordou os banqueiros

A economia brasileira deve crescer 0,5% em 2014, é o que o mercado e os especialistas projetam e um número apontado nas previsões mais otimistas. O atual governo do PT acabará o atual mandato com média de crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 1,6%.

Essa média de crescimento do PIB ficará abaixo dos governos antecessores, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que atingiu 4%, e Fernando Henrique Cardoso (PSDB), com 2,3%. Em outro item, porém, ela bate ambos: nunca os bancos lucraram tanto quanto em seu governo. O tema está no centro do debate eleitoral, com troca mútua de acusações entre Dilma e a candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, sobre a suposta propensão de cada uma para favorecer a banca do sistema financeiro.
Nos três anos completos de Dilma, o sistema financeiro nacional lucrou R$ 115,75 bilhões. É quase o dobro dos R$ 63,63 bilhões somados em oito anos do governo Fernando Henrique, em valor atualizado pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) até dezembro de 2013. Sob Lula, a lucratividade total atingiu R$ 254,76 bilhões (Tabela 1).
Neste ano de 2014, os ganhos estão em alta. Estudos de consultorias privadas com base nos balanços financeiros das principais instituições bancárias no primeiro semestre mostram elevação de 25,2% do lucro líquido dos bancos privados em comparação com o mesmo período do ano passado. O Itaú, primeiro do ranking em patrimônio, lidera também o avanço entres os cinco maiores, com alta de 32,1% no seu lucro líquido.

A tabela 1 apresenta o lucro líquido do sistema financeiro nos três últimos governos. Pode-se avaliar claramente que em apenas três anos o Governo Dilma (2011 a 2013) tem a maior taxa média anual de lucratividade do sistema bancário de R$ 38,58 bilhões, superior ao do Governo Lula (2003 a 2010), que foi de R$ 31,84 bilhões em oito anos. É de espantar que em dois governos ditos populares e com uma alta intervenção do Estado na economia os bancos tenham sido os maiores ganhadores.

A menor taxa média anual de lucratividade dos bancos ocorreu no Governo de FHC (1995 a 2002) com apenas R$ 7,95 bilhões. É interessante observar que isso tenha acontecido num Governo taxado de neoliberal e privatista. Apesar desses rótulos ideológicos, os bancos não foram os maiores favorecidos nesse Governo.

Tabela 1: Lucro líquido do sistema financeiro nacional, em valores corrigidos pelo IPCA

Avaliações do mercado e de especialistas

As instituições financeiras do Brasil não estão entre as maiores do mundo em ativos, mas sim em lucratividade. A atual equipe econômica se esforçou no início do atual governo em 2011 para reduzir os juros cobrados pelos bancos, sobretudo por meio da pressão sobre os bancos públicos (Caixa e Banco do Brasil). Mesmo assim, a lucratividade não foi afetada. O incentivo ao consumo fez o crédito e o lucro crescer.

Os resultados dos bancos foram piores no governo de Fernando Henrique porque o sistema financeiro passou por adaptações para se adequar à baixa inflação. Foi um ajuste difícil. Depois, veio a bonança do governo Lula, graças, sobretudo, ao ambiente internacional favorável.
Se o lucro dos bancos é alto, e não há barreira de entrada, o natural seria outras instituições estrangeiras se instalarem aqui. Se não fazem isso, é porque a concorrência já é alta.
O governo petista proporcione uma "bolsa banqueiro" por meio dos juros altos, e a proposta de autonomia do BC não coloca em risco os empregos dos trabalhadores como afirmam os politiqueiros de plantão. Pelo contrário, se houvesse autonomia hoje, os juros seriam mais baixos, porque a credibilidade do Banco Central seria maior. Nesse sistema de independência, o Banco Central usa os instrumentos de política monetária para alcançar a meta fixada pelo Executivo. Se o Banco Central enfrentar dificuldades porque o governo não faz sua parte ao conter gastos públicos, pode dizer isso claramente, em público.

Os banqueiros, portanto, estão satisfeitos com o desempenho atual dos negócios. Entretanto, com a indefinição da corrida presidencial eleitoral há risco de queda na lucratividade para os pequenos e médios bancos, e isso já está acontecendo. As medidas intervencionistas do governo desequilibraram a economia. A situação pode se agravar porque o Brasil está entre os países mais frágeis hoje.

Fonte:Maurício José Nunes Oliveira – Assessor econômico CONTEC

http://www.contec.org.br/index.php/344-ultimas-noticias/12214-inf-14-1300-governo-dilma-foi-o-que-mais-engordou-os-banqueiros

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