Banco da Amazônia

Por um Movimento Sindical Independente dos Governos e dos Patrões

O Sindicato de Bancários de SP, Osasco e Região e a CUT tem defendido que o movimento sindical deve apoiar a reeleição da atual presidente Dilma Rousseff. Esta posição foi aprovada no CONECEF (Congresso dos Funcionários da CEF), no Congresso dos Funcionários do BB, na Conferência Nacional Bancária e na última plenária da CUT. Na Folha Bancária de 5 e 6 de agosto, o atual presidente da CUT, Vagner Freitas, afirma que: "Dilma é a única comprometida com nossas reivindicações e já afirmou que atenderá alguns dos itens mais importantes da pauta como a manutenção da política de valorização do salário mínimo.” Na última Folha Bancária a manchete é: “Dilma se Compromete com a Pauta dos Trabalhadores.”. Essa posição do Sindicato de Bancários de São Paulo deixa claro que não está nem um pouco preocupado em defender os interesses da categoria.

Dados divulgados pela própria CONTRAF/CUT demonstram que os bancos nunca lucraram tanto como no governo Lula/Dilma, enquanto nós bancários acumulamos perdas. Somente em 2013, os bancos fecharam 4329 postos de trabalho. Não obstante, os bancos continuam aumentando seus lucros. Somente em 2013, os seis maiores bancos do país (Itaú, Banco do Brasil, Bradesco, CEF, Santander e HSBC) lucraram R$ 56,7 bilhões. No segundo trimestre de 2014, o lucro dos três maiores bancos privados (Itaú, Bradesco e Santander) cresceu mais 25% em relação ao trimestre anterior. Em 2001 o lucro desses bancos era de 4,2 bilhões.

Apesar do Sindicato de SP anunciar grandes vitórias no final de cada campanha salarial, o salário médio do bancário tem caído. Em 2001 o salário médio de um bancário era de R$ 5.016,72, já em 2011 este salário era 4.743, 59.

Os direitos usurpados dos funcionários do BB e CEF pelo governo FHC e as perdas salariais não foram recuperadas durante o governo do PT. Ao contrário, os bancários dos bancos públicos continuam sofrendo ataques aos seus direitos como o fim das substituições no BB e o desrespeito à jornada de seis horas.

Mas não foram somente os bancários que perderam. Os trabalhadores em geral continuam sofrendo com a péssima qualidade do serviço público (educação, saúde e transporte). A divisão entre a remuneração do capital e do trabalho continuou extremamente injusta.

Se nem a vida do bancário e nem a dos trabalhadores em geral melhorou, a dos dirigentes sindicais melhorou bastante. Alguns foram para altos cargos nas empresas controladas pelo governo ou para a própria administração direta (federal, estadual ou municipal); outros foram compor conselhos de empresas privadas, onde os fundos de pensão possuem participação; e outros ainda continuam usufruindo as benesses dos aparatos sindicais. Todos muito longe do mundo do trabalho.

Nós, da Oposição Bancária – MNOB (Movimento Nacional de Oposição Bancária), defendemos que parlamentares e dirigentes sindicais não tenham qualquer vantagem salarial pelo cargo que estão exercendo. Nós defendemos que os nossos representantes tenham que lutar pela melhoria na vida de todos os trabalhadores e não se beneficiarem individualmente pelo cargo que estão exercendo.

Nós continuaremos defendendo um movimento sindical não atrelado aos governos e aos banqueiros. Nesta campanha salarial, para que isso aconteça, vamos ter que passar por cima da direção do sindicato de SP, porque como os dados acima demonstram, ela não está interessada em defender os interesses dos bancários e dos trabalhadores.

Mas isso se tornará realidade somente com a participação de todos os bancários nas assembleias e nas atividades da campanha salarial.

Movimento Nacional de Oposição Bancária

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