Banco da Amazônia

A FALÁCIA DO GOVERNO DILMA

* Marlon George C. Palheta

A greve nacional dos trabalhadores dos correios completa 27 dias e a dos bancários, 14 dias. Durante esse período, o Governo Dilma vem endurecendo com a categoria em não aceitar reajuste acima da inflação, fazendo com que a categoria – dos correios, rejeitasse a proposta feita pela patronal e a Federação. Mas do que isso, o Governo Dilma corta o ponto dos grevistas, um acinte ao direito legítimo da greve. No caso da categoria bancária, que chega hoje ao seu décimo quarto dia e, nesse tempo não houve qualquer manifestação por parte do Governo em propor negociação para com os bancos públicos, no caso BB, Caixa, BNB e o BASA. Pelo contrário, o que a imprensa diz é que o Governo pretende cortar os pontos dos grevistas, a mesma tática feita aos empregados dos correios.

A justificativa do Governo para negar o ganho real das categorias consiste em dizer que inflação irá disparar tanto pelo lado da demanda como também pelos custos das empresas, além de que, haverá a volta da indexação de preços. Na verdade, a volta da escalada da inflação já está ocorrendo antes das greves, por uma análise mais estrutural da economia brasileira. Segundo a FVG, a escalada inflacionária ocorre, nos produtos industriais, pela política cambial do Governo. Tanto no atacado como no varejo, pelos aumentos das commodities (petróleo, café, suco de laranja, minério de ferro, soja e alumínio).

O que está por traz disso é o ajuste fiscal do Governo Dilma,que já cortou R$ 60 bilhões do orçamento, bem como os subsídios e isenções concedidos à indústria, que terão impacto de R$2,5 bilhões no Orçamento Federal, ou a medida anunciada pelo ministro Guido Mantega, de baixar o compulsório aos bancos caso a crise se agrave, o que representará algumas centenas de bilhões a mais para os cofres das instituições financeiras. Esses são os dois pesos e as duas medidas do governo.

Diante da realidade, já aplicada em outras categorias, como a ameaça de corte no ponto dos correios e dos bancários das instituições públicas, urge realizar um forte movimento grevista e sindical, conclamando para um ato em repúdio à atitude do Governo Dilma em atacar o estado legítimo do direito à greve e pela abertura imediata das negociações.

* Economista e Diretor Financeiro da AEBA.

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