Banco da Amazônia

Lula critica privatização de bancos feitas a “troco de nada”







da Agência Brasil, em Brasília

 

Ao voltar a defender a atuação de bancos públicos contra a crise financeira mundial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta segunda-feira a privatização de bancos públicos feitas "a troco de nada" no passado.

 

O presidente citou como exemplo a venda do Banespa (Banco do Estado de São Paulo) para grupo espanhol Santander, em 2000, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O banco que pertencia ao governo paulista e era, na época, um dos cinco maiores bancos do país, foi leiloado por R$ 7,05 bilhões.

 

O negócio garantiu ao Santander uma posição de destaque no mercado bancário brasileiro –na época, passou o Unibanco e se tornou o terceiro maior banco privado do país. Até então, os espanhóis tinham uma presença considerada tímida no Brasil, basicamente formada por aquisições de bancos médios, como o Banco Geral do Comércio (1997) e o Banco Noroeste (1998).

 

"Na verdade, jogou-se em cima dos bancos a irresponsabilidade dos governantes que gerenciavam esses bancos, porque, muitas vezes, utilizavam esse banco para fazer, quem sabe, os caixas dois da vida em época campanha eleitoral", afirmou. "Por conta disso, os bancos públicos estavam quebrados."

 

Durante encontro fechado à imprensa com superintendentes e diretores do Banco do Brasil, o presidente brincou ter pena de Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, não poder contar com um banco estatal forte nesse momento de crise. "Fico com pena que o Obama não tem um banco como temos aqui o Banco do Brasil", afirmou, conforme áudio divulgado pela Presidência da República.

 

BB contra a crise

No mesmo encontro, Lula defendeu que o Banco do Brasil continue a comprar o máximo de carteiras de bancos menores para se tornar a maior instituição bancária do país e enfrentar a crise financeira.

 

O Banco do Brasil já incorporou os bancos dos Estados do Piauí e de Santa Catarina (Besc). Em negociação, está a compra do Banco de Brasília (BRB).

 

"Se tiver outras coisas no mercado, que apareçam, porque estamos dispostos a transformar o Banco do Brasil não apenas no maior banco, mas no muito maior banco deste país", disse.

 

Lula cobrou expansão da atuação do BB na América Latina, África e China, país com o qual o Brasil mantém fluxo comercial de US$ 40 bilhões. Atualmente, o BB tem apenas um escritório em território chinês. A expectativa é instalar uma agência em 2010.

 

O presidente sugeriu ainda que o Banco do Brasil se associe à Caixa Econômica Federal para a oferta de financiamento habitacional, pois acredita que o último não terá condições de arcar sozinho com esse tipo de operação. "A Caixa não dá conta da dimensão do que vai acontecer aqui nos próximos anos. Vamos ser sócios", afirmou o presidente.

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