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Bovespa ganha 0,63% no fechamento com ações de varejo e bancos

As ações de bancos, principalmente, e do setor varejista puxaram a recuperação da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) nesta terça-feira. Acumulando uma queda de quase 6% neste ano, o mercado brasileiro oferecia vários papéis a preços oportunos. A busca por "pechinchas" foi forte o bastante para "superar" duas notícias bastante negativas da jornada de hoje: a taxa da inflação brasileira mais alta que o previsto e o ajuste dos juros na China.

Economias emergentes como Brasil e China enfrentam um problema de alta dos preços, que tem sido uma das grandes preocupações dos investidores neste início do ano. Para combater a inflação, a receita clássica prevê o aumento dos juros (e o aperto do crédito) o que, como regra geral, não é positivo para os mercados de ações.

O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, valorizou 0,63% no fechamento, aos 65.771 pontos. O giro financeiro foi expressivo, em torno de R$ 7,4 bilhões, Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, ganha 0,56%, pouco antes do final das operações.

"As ações que realmente subiram hoje foram os papéis que ‘apanharam’ demais nos últimos dias", comenta Cristiano Lemos, da mesa de operações da corretora Corval, salientando que a recuperação de hoje pode ter sido somente "pontual".

Entre os destaques do dia, os papéis de Bradesco e Itaú-Unibanco valorizaram quase 3%, enquanto a ação ordinária do Banco do Brasil ficou 1,8% mais cara. No varejo, as ações do grupo Lojas Renner subiu 3,8%, enquanto os papéis das Lojas Americanas avançaram 3,9%.

Esses ativos não desvalorizaram fortemente nos últimos dias "por acaso": investidores e analistas temem que o governo adote mais medidas restritivas ao consumo, o que pode ter impacto nos resultados dessas empresas.

O dólar comercial foi cotado por R$ 1,667, em um decréscimo de 0,77%. A taxa de risco-país marca 167 pontos, número 3,08% acima da pontuação anterior.

Entre as primeiras notícias do dia, o banco central chinês elevou a principal taxa de juros do país em 0,25 ponto percentual, o que elevou o custo dos empréstimo (de 12 meses) para 6% ao ano. Trata-se da terceira vez em quatro meses que essa autoridade monetária ajusta os juros, em mais uma tentativa de conter a alta dos preços, problema que afeta as economias emergentes neste ano.

O gigante asiático é uma das maiores forças da economia mundial e tentativas de esfriar o nível de atividade nesse país não costumam ser bem recebidas pelo mercado.

No front doméstico, o IBGE apontou inflação de 0,83% em janeiro, ante 0,63% em dezembro, pela leitura do IPCA, o índice oficial de preços. Economistas do setor financeiro projetavam variação de 0,81%. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA teve alta de 5,99%. A meta para este ano é de 4,5%, com ‘folga’ de dois pontos percentuais.

A FGV apontou uma inflação de 0,98% em janeiro ante 0,38% em dezembro, conforme o IGP-DI. Analistas estimavam uma variação na faixa de 0,97%.

Reportagem da Folha apontou que o governo estuda aumentar a alíquota do IOF (imposto sobre operações financeiras) das compras no exterior com cartão de crédito. O objetivo é frear o consumo no exterior. Em 2010, essas transações cresceram 54%, somando US$ 10 bilhões. Mais tarde, o ministro Guido Mantega desmentiu a informação e apontou expectativas de que a inflação desacelere nos próximos meses.

Fonte: Folha.Com

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