Banco da Amazônia

O porquê da greve dos bancários

Nenhum trabalhador aprecia o movimento paredista. A greve é a última alternativa, principalmente se está estabelecido um processo de negociação. No caso dos bancários, com suas atividades paralisadas desde o dia 19 de setembro, não foi diferente. A categoria não teve alternativa senão a greve geral.

Estamos reivindicando um reajuste com ganho real de 5%. Não se trata de uma reivindicação impossível, utópica ou até mesmo inexequível. O setor bancário registrou, neste ano, lucros volumosos e de expressão. Foi o terceiro que mais lucrou em toda a economia brasileira. Para se ter uma ideia do que estamos falando, em um ano, só duas grandes instituições financeiras lucraram juntas quase R$ 30 bilhões (Banco do Brasil – 7,4 bilhões de dólares e Itaú/Unibanco – 5,4 bilhões de dólares).

No entanto, o sistema financeiro, em sua última contraproposta, nos ofereceu apenas 7,1% de reajuste, o que não chega a 1% de ganho real.

Para uma categoria como a bancária, que trabalha com dedicação para o bom desempenho de todo o sistema financeiro brasileiro, a oferta chega até mesmo a ser uma ofensa. Somos nós, os grandes responsáveis pelos resultados e lucros das instituições financeiras. Não podemos aceitar de braços cruzados qualquer oferta dos padrões, sem questionamento.

Temos consciência que a greve atrapalha a operação de outros setores da economia, mas não somos nós os culpados por essa situação. OS banqueiros têm de reavaliar sua contraproposta e oferecer aos bancários um índice condizente com a realidade de seus lucros. Nossa categoria tem consciência de seu valor e quer ser reconhecida e valorizada.

Estamos juntos, somos fortes e temos um ideal comum. Queremos valorização e reconhecimento! Queremos um índice de reajuste que contemple 5% de ganho real!

*Lourenço Prado é presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito – CONTEC. É bancário e foi ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Fonte: http://www.contec.org.br/contec-online/informes-anteriores-geral/338-outubro-2013/9918-inf-13-1666-o-porque-da-greve-dos-bancarios

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